Era uma vez um navegante. Tudo que ele queria era encontrar terras boas para produzir e habitar. Um belo dia ele avistou uma ilha magnífica e decidiu que o seu destino seria certamente aquele.
Colocou sobre o navio tudo que tinha adquirido nos longos anos de viagens pelo mundo. Todas as lembranças e riquezas que havia conquistado. Deixou para trás todos que conhecia e todos os seus amores. Tudo pelo seu sonho de conquistar aquelas terras.
Conseguiu com um velho amigo seu um antigo mapa de navegação. No mapa que indicava a direção da ilha havia um ponto vermelho aonde estava escrito: Doce Mar dos Problemas.
O navegador pensando não ser nada além de uma pequena correnteza, zombou dizendo: É somente um marzinho de problemas. Uma pequena correnteza de águas doces. Um docinho. Riu e continuou a embarcar suas bagagens para o navio.
O mar estava calmo e a noite chegou. Tudo que o navegador ouvia era o barulho das águas indo de encontro ao casco. Nada mais. Ele não queria descansar, por saber que o mar estava bom para a navegação e pela manhã chegaria ao seu destino.
De repente um barulho. Assustado foi para fora da cabine verificar. O barulho se repetia. Quando olhou para o céu uma chuva de pedregulhos surgia do nada. Aquilo era impossível, pensou o navegante. O mar estava calmo e certamente o futuro seria próspero.
Os pedregulhos atingiram o casco do navio. O navegante agitado, pegou o mapa. Era a correnteza. Era o ponto vermelho.
O navio começava a afundar. Seu futuro, suas memórias, suas riquezas. Toda a bagagem estava espalhada pelo mar. Jamais conseguiria pegar tudo de volta. E jamais chegaria ao destino calmo que idealizou.