segunda-feira, 28 de maio de 2018

Conveniências

Não se engane
Não me engane
Eu não engano ninguém
Agindo da maneira que lhe convém

Se te suporta é correto
Se te alimenta, tudo bem
Desde que te satisfaça
Qualquer alegria de graça
E não te incomode também

Mas qual o problema de ferir
Quando outra alma se envolveu
Se não te afeta, nem te consome
Se não faz nada contra seu nome
Se não te atinge diretamente

Eu não estou enganada
Percebo suas sutilezas
Quando você não quis mais nada
Não percebeu a destreza

Eu te vi acuada
Mas antes envolvente
Agora nem o toque
Nem o abraço 
Entre a gente

Tudo morto
Tudo frio
Tão indiferente
Tão aquém

Não me engane
Não se engane
Não engane ninguém
Seus gestos te condenam
Seu olhar te denuncia
Quando algo não mais

Te convém

terça-feira, 22 de maio de 2018

Primeira vez

O sangue escorreu
Doeu um pouco
Me senti bem
Parecia desespero
Mas agora só queria mais
A vida não importa
Somos mais perecíveis que plástico

Foi minha primeira vez

Abriu minha cabeça
Da mesma forma que rompia a minha pele
Desliguei o dispositivo
Agora só quero mais
A vida é efêmera
A pele regenera naquele tempo

O tempo te elimina quando quiser

Eu sabia que era uma nova fase
Tão diferente
Agora sou outra pessoa
Vivida
Sofrida
Marcada