Não me engane
Eu não engano ninguém
Agindo da maneira que lhe convém
Se te suporta é correto
Se te alimenta, tudo bem
Desde que te satisfaça
Qualquer alegria de graça
E não te incomode também
Mas qual o problema de ferir
Quando outra alma se envolveu
Se não te afeta, nem te consome
Se não faz nada contra seu nome
Se não te atinge diretamente
Eu não estou enganada
Percebo suas sutilezas
Quando você não quis mais nada
Não percebeu a destreza
Eu te vi acuada
Mas antes envolvente
Agora nem o toque
Nem o abraço
Entre a gente
Tudo morto
Tudo frio
Tão indiferente
Tão aquém
Não me engane
Não se engane
Não engane ninguém
Seus gestos te condenam
Seu olhar te denuncia
Quando algo não mais
Te convém