quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Eu

Que sou tão distante do que imagino de mim
E fico tensa com a imagem que produzo no mundo

Eu
Que me destruo toda vez que penso no q eu sou
E que me apavoro com o que posso ser

Eu
Que sou ingenuamente inconstante
e que não consigo me adaptar

Eu
Que sofro quando todos riem
E me desespero quando todos sofrem

Eu
Que sou a síntese de tudo o que acreditaram que eu fosse
Com tudo aquilo que eu esperei ser

Eu
Que ainda naum tenho noção de mais nada
do que possa acontecer

Seria mais injusto

Comigo se não pudesse me abrir pra mim mesma
Ouço os murmurios do passado
e tento reverter o futuro.

Espelho? Deve ser.
Parece, pelo menos.

A única coisa que ainda não entendo
e talvez nem queira
é o sistema que coordena
nessa baderna toda.


Sentimentos, instabilidade
ser eu.

E ainda continuo...

Adverso

Oposto
Imposto.

Adverso
Universo

Único?

Adjetivar o quê?

Eu queria entender mais
sobre o que quer dizer
as palavras que se calam
dentro da minha própria garganta.

É que a vida me deu tempo

e tempo.

E com o tempo consegui
meu espaço.

E com meu espaço
dominei o tempo.

É que eu parei na vida
e a vida parou para mim

Mas não acabou.

Só estacionou.
Me organizo.
Me regenero.
Eu tenho tempo.
Domino o tempo.
Eu tenho espaço.
Conquistei meu espaço.

Eu desenhei tudo isso
na velocidade da luz.

Entre um pensamento e outro.

Está lá o futuro...que não é depois é entre uma coisa e outra.

É que a vida me deu tempo...
E metade desse tempo
me perdi no espaço que conquistei.

E a outra metade ainda existe,
perdida no espaço que ainda não conheço.


Como conseguir me localizar?


Entre um pensamento e outro.

O passado e o futuro inexistentes.


Como consigo me organizar?


A vida me deu tempo...
...mas não me deu espaço.

Hei de amar-te eternamente

Até que morte te separe
E o que é corpo, que te consome
se partirá em partes incontáveis
daquilo que você já foi

E sua alma?
Você só descobre pra onde ela realmente vai
quando ela já partiu.


Não, não tem retorno.

Hei de amar-te eternamente.
E o fogo que me consome
Há de morrer junto ao meu corpo
E a paixão curada como doença que é

Mas o amor?
Não.
Ele está lá.
Com sua alma.
Onde ela está agora
e quando estiver no seu local de repouso.

Hei de amar-te
de todas as formas possíveis e
por toda a eternidade.

Eu te amo

Eu te amo com todas as forças da minha existência
Eu te amo com a intensidade de um olhar
Eu te amo com toda a pureza da alma
Eu te amo como ninguém há de te amar

Mas esse amor está enjaulado no fundo
E meu coração cala sua ansiedade
apenas apela para leves disparos inconstantes
quando seu rosto invade a memória que transborda de saudade

Inconsequente sentimento Envolvente
Torturante sentimento Incessante

E no silêncio os meus suspiros de dor...

Eu te amo como ninguém há de te amar
mesmo que nada mais ame
mesmo que me julgue um mal
mesmo quando me queres distante
mesmo quando se esquece de mim

Eu te amo como se nada mais fosse possível
Irremediável paixão que eu tenho por você
Que consome todas as horas do meu dia
E quando não te tenho me esqueço de viver

Padeço

E acordo ao encontrar sua beleza
que me enche de vida, de brilho e de luz
É esse eterno ar de pureza
que os poetas rimam
os cientistas não explicam
e só quem ama enxerga

Eu te amo quando nada mais existe
e quando o que existe tenta te ofuscar
mas é inútil apagar tanto amor
quando ele renasce no ato do olhar

E mesmo que não seja digna de você eu suplico,
tenha piedade da minha alma apaixonada
que não hesita suspirar por ti um instante
mesmo perdida e ludibriada

Que pareça simples tudo o que eu digo
mas nunca deixará de ser verdade
São palavras tolas que transformadas em gesto
Essas rimas pobres desses versos
Que sendo reais assumem grandeza
Te suplico, amor
Que veja:

Eu te amo com todas as forças da existência
Eu te amo com a intensidade do olhar
Eu te amo com a pureza da alma
Eu te amo como ninguém há de te amar

Não

Não queira se casar comigo.
Não sou do bem,
Eu sou perigo.
Eu sou vento do agreste,
O fogo do bandido,
Não sou das flores a que preste.
Sou daquelas que não se cheira.
Não sou singela, tão pouco faceira.
Sim, eu sou caseira...
Dessas que não arruma casa!
Não queira arrumar pra mim,
só não casa.

Presente

Não se engane
de forma alguma
delicada Marianne

O que te consumiu
Não te corrói mais
Não deve te corroer

Ai! Marianne
Não te machuques com seus próprios espinhos
Não vê que a relva vem aliviar as cicatrizes?

Não odeie a borboleta
que você alimentou
Se hoje ela tem asas formosas,
foi graças a você,
minha flor.

Sente Marianne?
É um raiozinho de sol te aquecendo.
Olha Marianne!
É a chuva te banhando.
Viu Marianne?
Fizeram um arco-íris.
Pra você meu bem.

Olhares

Inconsequente é o ser que passional
Adoece em febre à procura de outro ser,
Enquanto o amor real adormece em sua frente.

Eis que acorda o ser que ama,
Olhando a sua musa, seu pilar,
Enquanto eu abaixo os olhos
E o tenho como um simples servo.

Ergo minha mão para levantá-lo.
Ele agarra como se precisasse viver daquilo.

Eis o ser real na sua frente
Tanto na realidade, quanto na realeza.
E ele reina.
Plenamente.

Lágrimas que borram o papel

Talvez eu seja a personificação da carência
Você a manifestação do que a supri
Talvez não tenhamos nos encontrado
Não da maneira correta
Talvez você viva em confusão
até mesmo sem saber.
Talvez você se perca na lembrança do que nunca aconteceu.

Talvez tenhamos unidas
nossas almas
em condição de similaridade
Mas separadas por casulos que se movem.
E talvez, quando virarmos borboletas
percebamos que o desenho
de nossas asas unidas
formem o universo.

Talvez quando as lágrimas escondidas em mim
rolarem por esse papel
ao fim desse poema
que é tão inútil quanto quem o escreve
Talvez você perceba,
que lágrimas borram as letras,
por causa da tinta da caneta,
mas não há nada que possa apagá-las do olhar.

Auto-poesia

Você está calada agora Marianne?
Avaliando o que sente meu bem?
Porquê não sorri mais Marianne?
Pra onde foi a alegria?

Porquê não chora mais Marianne?
O mau não te pertuba meu bem?
A depressão te calou Marianne?
Pra onde foram as lágrimas?

Você se apaixonou Marianne?
Mais de uma vez meu bem?
Porquê não achou alguém perfeito Marianne?
Pra onde foi o amor?

Você não se lembra quem é Marianne?
Sua memória se perdeu meu bem?
Parou no meio do caminho Marianne?
Pra onde foi a estrada?
Pra onde foi você?

Até onde eu iria?

Não posso tocar teu corpo, mas posso invadir tua alma
Diz que no seu coração não bate um frio quando lê o que eu escrevo?
Diz que quando brigamos sua boca amarga como se engolisse um veneno?
Diz que mesmo distante me faço mais presente do que quem está ao lado seu.

E nesses versos demasiadamene dramáticos entrego-me totalmente a você.

Diz que que o seu corpo pede o orgasmo que seu espírito tem.
Diz que quando te deixo livre, mais presa você se vê.
Diz que apesar de tudo o que ocorreu
O meu amor é seu
O seu amor é meu

E por mais pobre que seja, é a verdade que reina.
Você me deseja, espera e anseia.
Cada atitude minha você espreita.
Por mais que não queira.
E você anseia, porque sabe o que eu sei.

Ultimo Poema

Esqueça as suas dores.
ANJO
Deixa as suas asas te guiarem
Que te levem
e flutue sobre os sonhos...

ANJO
Hoje eu só quero que as lágrimas
que doem
no fundo
adormeçam comigo

ANJO
Chore comigo
Leva-me
Guia-me
Deixe me ficar deitada em suas asas
delicadas...
azuis...

Somente pra que eu possa descansar
Somente pra que possa sentir sua pele de sêda
deslizando sobre as nuvens

Pra que possa sentir o sabor e a doçura do seu eterno olhar

Mas me deixe chorar...com você...

Literatura

Liberdade literal
na aliteração
Alimento da alma
acrescida de amor
Escrito especialmente
para a pessoa
idealizada e invocada
pelo poeta no poema

Paixão

Ainda apaixonada
Clamando por palavras
Clamando por alguém
Em companhia de outra alma
Clamando por viver

Ainda apaixonada
Escrava das palavras
Escrava de alguém
Quer livrar a sua alma
E ter liberdade de viver

Ainda apaixonada
Sonhando com palavras
Sonhando com alguém
Em devaneios sua alma
Grita por socorro, grita por viver

Ainda apaixonada
Morrendo por palavras
Morrendo por alguém
E matando sua alma
Morrendo para viver

Inexplicável

Completamente anormal,
quando acordei nasceu o sol.
Divinamente belo,
no céu inteiramente seu.

As maravilhas da grandeza de um olhar.
Uma passagem para o lado de lá,
perto de onde você estiver.
E aonde quer que você esteja,
só haverá certeza.

Inteiramente meu:
O delicado suspiro
de um ser angelical.
A doçura de seus lábios
saborosos como o mel.

E porquê não?

Eu quero estar do lado de lá,
perto de onde você estiver.
E aonde quer que você esteja,
só haverá beleza.

Eu vou seguir o caminho
dessa inexplicável
que se explica
apenas por existir.
É logo ali,
que você está.
É lá que eu quero ficar.

Porquê:
Aonde quer que você esteja,
não haverá tristeza.

Vindo dos céus

Era sol aquele dia
À tarde da Ave Maria
Te vi me enchi de alegria
Colhi as rosas da vida
Cantei a canção do louvor

Seguia pela janela
O mundo à minha espera
E eu à te admirar

Um rito
Um amor doente
Olhando e loucamente
Passando o tempo a sonhar

Querendo-te e com anseio
que amasses como eu
pedi aos anjos dos céus
que te entregassem a mim por inteiro

Disseram-me que não podia
Acabou-se a minha alegria
e o jardim de rosas murchou

Porém ainda tinha uma chance
Um pedido pela lealdade
E se eu recorresse de novo
E se me dessem seu amor pela metade?

O pedido foi atendido
Chegou e foi logo em breve
Os anjos não omitiram a verdade
Seu coração a mim foi entregue
E o meio era só a amizade.

Existe ou não existe?

Existe ou não existe?
Quem irá me dizer?
Existe ou não existe?
Eu ou você?

O certo e o errado.
Se é diferente ou não.
Está seco? Está molhado?
Quem sentir, sentirá!

Quem é cego enxerga além.
Se existe, existirá, existiu.
E o surdo escute as verdades da alma.
Se existe, existirá, existiu.
Enquanto o mudo fraseia com a pureza da fala.
Se existe, existirá, existiu.

Quando os gritos nos pólos incertos
ecoarem murmúrios de dor,
galinhas, grilos e tigres
brindarão com o sangue da fonte
e olhar de deuses.

Existe o choro.
Não quer calar.

Cores

Por estar descolorido
colorido estará
preto, branco, amarelo
verde azul, rosa, lilás

Mesmo estando bem discreta
com azul ao seu redor
a nuvem branca é acinzentada
a nuvem cinza é esbranquiçada
A nuvem tem ou não tem cor?
Mas existe a nuvem e é linda
e mesmo sendo colorida
cor nenhuma ela têm
Se não importa a cor da nuvem
não importa a de ninguém

Por estar descolorido, colorido estará
vermelho, roxo, alaranjado,
marrom, bege e dourado
cinza escuro, cinza claro,
tem também o prateado
nenhuma cor fica pra trás

Todas elas têm sua vida
que mesmo sendo colorida
descolorida vai estar
mas não deixará de ser bela
não deixará de ser ela
a vida das cores da vida
a vida que as cores nos traz

Batalhas

Um herói eu fui
Um herói em mim
Uma guerra calada
Perplexa
Atônita
E eu venci

Um herói eu fui
Pra todo o meu povo
De lutas armadas
soldados e espadas
eu fui o valente
que as tropas parou

E constantemente
minha gente faz festa
Não há mais dor
Louvam o herói
um soldado
calado
que foi e é temido
que foi e é o maior

Um herói eu sou
Um herói em mim
Na batalha calada
Briguei pelo povo
E lutarei de novo
se for preciso assim.

Sol

Eu queria que o sol fosse meu
Eu queria que o sol fosse meu
E que a lua não existisse
Para o sol jamais se por

Queria que o sol fosse meu
Queria todo o seu calor

Queria estar com o sol
Queria poder abraçá-lo
Queria ser como chama
Para estar ao seu lado

Eu quero ter o sol
Eu quero ver o sol
Eu quero ser o sol

Queria que o sol fosse eu
Para que meus raios alcançassem o mundo
Queria que o sol fosse eu
E atravessaria seu quarto, em um quarto de segundo

Eu quero o sol, você
Eu quero tudo!

Quero a eternidade dos raios de sol
Quero a eternidade dos raios de sol
Quero
Eu quero
Ser imortal
Para guardar você para sempre.

Inenarrável

Inenarrável
O sentimento
e submisso,
que consolando
seus desejos inconsoláveis,
torna-se omisso,
cala seu pranto.

Inenarrável.
Um mito de beleza.
Traindo Vênus em sua magnitude.
E olhares de inveja
retornam para suas lápides.

Inenarrável,
delicado, inocente.
Inenarrável,
adorado docemente.
Uma luz de estrela.
A luz da estrela.
A luz mais bela.
E brilha
inenarrávelmente
narrada.

Fim

Segredos de um anjo
machucado por dentro
chorando
as dores de um mundo
acabado,
e que espera,
mesmo com a alma
enternecida,
por um amor incógnito
E as
suas lágrimas
chegam ao chão
duro
frio
seco
Enquanto ele toca a trombeta
e se cala.

Como realizar o desejo

Se você quer se tornar
disse ela,
uma princesa,
terá que deixar de lado
a riqueza,
não se preocupará
com a beleza,
viverá para evitar as tristezas
em qualquer lugar onde estejas.
Mesmo que te faças chorar
não deixe o outro se machucar
e seu olhar refletirá felicidade
e você se tornará princesa,
pois o maior dos reinos é a amizade.